quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pais e filhos - o maior legado é o amor

Por Jease Costa


Amor de Pai
2 Samuel 18.19-33
“Pelo que o rei ficou muito comovido e, subindo à sala que estava por cima da porta, pôs-se a chorar; e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (v.33).

Todos nós somos, de certa forma, mutilados pela deficiência dos nossos pais no processo de nossa formação pessoal, e também mutilamos os nossos filhos, pois pessoas imperfeitas fazem coisas imperfeitas. Então, sempre nos faltará algo e sempre deixaremos uma lacuna em alguém. Porém, há coisas que não podem faltar nem mesmo diante das maiores deficiências. E entre essas coisas está o amor.

A história mostra que Davi teve muitas falhas em sua relação com seus filhos, mas ninguém pode deixar de admitir que ele os amava. Absalão, seu filho, tinha rompido com ele e tornou-se seu grande adversário, mas nem assim ele deixou de amá-lo. Quando Absalão morreu, seu lamento é comovente.

Nossos filhos podem sentir falta de muitas coisas que não lhes demos ou por negligência ou por deficiência . Afinal, somos todos imperfeitos. Mas que nunca deixem de ver o quanto os amamos. O maior legado que um pai pode deixar para seu filho é o amor. Isso fará uma grande diferença!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ERROS IMPERDOÁVEIS DO APÓSTOLO PAULO


Por: Henri - Membro da SIB Magé - RJ

Percebemos muitos erros e citaremos alguns poucos por enquanto. Muitos outros erros podem ser encontrados se pegarmos a Bíblia para conferir o que ele escreveu...

O Apóstolo Paulo errou feio quando deixou sem orientação correta em suas cartas sobre o melhor desempenho do grupo de coreografia, informando quais os momentos, onde poderiam atuar e quantas pessoas poderiam participar do grupo!

E o Apóstolo que mais escreveu cartas no Novo Testamento e orientou a Igreja, jamais poderia ter sido relapso com esse assunto importantíssimo! Ele escreveu tantas outras coisas sem tamanha importância, ou pelo menos que muitas igrejas não consideram importantes, ocupando as páginas da Bíblia com
essas coisas, enquanto poderia ter gasto melhor o seu tempo com orientações mais específicas sobre coreografia e dança.

O Apóstolo Paulo ficou perdendo o tempo dele e o nosso com bobagens qual a valorização de um Evangelho, dizendo que “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”. Ele não considerou que não teríamos mais nenhuma preocupação tola com esse assunto sobre salvação ou perdição, porque isso não faz
mais parte dos nossos propósitos atuais, porque o que queremos é o aumento dos membros e das finanças. Além do mais, quem é que está se importando com esse assunto?

Esse assunto muito nos atrapalha, porque ninguém mais quer ser confrontado com o pecado e suas consequências. E esse tipo de coisa, falar sobre pecado, constrange e acaba afastando as criaturas de dentro das igrejas. E sem elas não conseguiremos executar os nossos planos e atingir as nossas metas de crescimento e podermos demonstrar o poder político diante dos candidatos que terão de nos oferecer algumas coisas em troca se
quiserem nossos votos.

O Apóstolo Paulo errou ao não evidenciar e orientar sobre o “ministério profético de dança” e suas funções! E sem esse ministério importantíssimo, como é que poderíamos atrair as pessoas para os “shows gospel”, proporcionando as vendas de Cds, DVDs, camisas, bonés, fitas adesivas e outras quinquilharias?

Está nessa falta de orientação do Apóstolo Paulo uma prova da falta de capacidade de avaliação e fé para com a igreja do futuro. Ele não foi capaz de projetar isso para aquelas igrejas. Ele não tinha conhecimento do plano de crescimento para as igrejas com o projeto de dez anos. Errou ainda por evidenciar a possibilidade de alguém pregar outro evangelho! Esse erro é considerado hoje como um dos mais grotescos do Apóstolo Paulo.
Como os espertalhões farão para enganar os desatentos ou aqueles que desejam as práticas carnais participando de uma igreja, se não for com um evangelho falso, com fábulas, visões e outras coisas que cativem as pessoas?

O antiquado Apóstolo Paulo também errou ao cantar um hino, ao invés de cantar uma coisa qualquer que servisse para sacudir os ossos e animar a galera na hora do “momento de louvor”. O Apóstolo Paulo perdeu o seu tempo enquanto poderia deixar algo para os jovens, além de orientar mal orientá-los, impedindo-os de aproveitar a sua sexualidade, que é algo normal entre os jovens. Assim, ele disse um monte de bobagens sem entender nada sobre psicologia e necessidades natas do ser humano.

Parece que faltou visão ao Apóstolo Paulo para que visse além do seu tempo, além das suas convicções pessoais, para que deixasse de ser presunçoso, com uma mente fechada e retrógrada! O cara (Apóstolo Paulo) não orientou direito Timóteo para que ele fizesse um projeto de crescimento da igreja de maneira que alcançasse os dez mil membros sem que permitisse que as várias congregações se tornassem igrejas independentes para não dividir as finanças.

E o que tinha esse Paulo com a vida sexual do camarada que dormia com a sua madrasta? Preconceituoso demais ele foi ao meter-se numa situação que não tem nada a ver com a igreja por ser um problema do lar e do pai com a madrasta. Ele queria se meter em tudo.

Convencido e inconveniente esse Paulo que se dizia ser Apóstolo!
E nem era tanta coisa assim porque ele não conseguia apresentar qualquer sinal de prosperidade. Não tinha nem uma carruagem e quando não conseguia algumas esmolas tinha de trabalhar, demonstrando assim a completa falta de conhecimento em como convencer os outros a investirem o seu tudo para receber em dobro ou sete vezes mais...

Já naquela época ele era deixado de lado. Por que iríamos dar crédito ao que ele escreveu? Só porque está na Bíblia? Qualquer um poderia escrever e arrumar um jeito de fazer constar na Bíblia naquela época. E ele escreveu umas cartinhas medíocres para amedrontar algumas igrejas e aqueles que não conheciam o poder da mente e a força do pensamento positivo, uns poucos que eram pobres coitados!

E aquelas igrejinhas conduzidas pelo Apóstolo Paulo (talvez já cantassem felizes “somos um pequeno povo mui feliz...”), sem saber dos excelentes métodos de crescimento de igrejas (pobres gentes infelizes),ficavam esperando que as pessoas aparecessem do nada, apenas com o testemunho ridículo quando eram jogados às feras ou queimadas vivas.

Para que tanto sacrifício se poderiam viver muito mais tranquilos e crescerem através de uma boa estratégia de marketing, tomando posse do que era deles porque eram príncipes e princesas, cabeças e jamais caudas?!

Que evidência da manifestação espiritual o Apóstolo Paulo demonstrava diante dos fracos ensinos que apresentou? Se ele convocasse o povo para uma "marcha" poderíamos até aceitar. Mas determinar que se fizesse culto racional, sem um bom barulho e liberdade para darmos uns bons pulos e os brados de vitória, nem pensar!

Por isso precisamos de novos após-tolos que nos orientem... Talvez seja por isso que encontramos alguns nesse nosso tempo que se dizem e são considerados apóstolos em algumas igrejas enormes; eles devem ter recebido uma visão de algum anjo para corrigir tamanho equívoco provocado pela displicência do Apóstolo Paulo. Consideram, por certo, que o tal Apóstolo Paulo verdadeiramente caiu do cavalo pouco antes de morrer, porque estava tonto com tantas exortações sem sentido. E talvez até reescrevam as cartas que o Apóstolo Paulo escreveu, corrigindo os erros que ele cometeu...

Ainda há muitos erros que podem ser apontados por aqueles que querem acabar com a Igreja e serem usados pelo inimigo da Igreja para que ela deixe de cumprir o propósito para o qual existe.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

PORQUE O MUNDO NÃO O PODE RECEBER




Por: A. W. Tozer


"O Espírito da Verdade que o mundo não pode receber" (João 14:17)

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo.

Não é mais do que um lugar comum religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas coisas opostas, o mundo e a igreja, e realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.

A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria dos?) crentes andam hoje não é causada por falta de clareza da parte da Bíblia. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo. A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo. Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem como homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão é o que não é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento. É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.". E aos coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo.

Numa ocasião, depois de receber não solicitado e carnal conselho de irmãos sinceros, mas não esclarecidos, o nosso Senhor respondeu: "O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más". Ele identificou os Seus irmãos na carne com o mundo e disse que Ele e eles eram de dois espíritos diferentes. O mundo O odiava, mas não podia odiá-los porque não podia odiar-se a si próprio. Uma casa dividida contra si mesma não subsiste. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro. "Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.". Paulo explicou aos gálatas a diferença entre o filho escravo e o livre: "Como, porém outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora" (Gálatas 4:29).

Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo. O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; do mundo, dos que continuam caídos.

Bem sei, e o sinto profundamente quão ofensivo esse ensino deve ser para aquele bando de mundanos que mói e remói o rebanho tradicional. Não posso alimentar a esperança de escapar da acusação de fanatismo e intolerância que, sem dúvida, lançarão contra mim os confusos religionistas que procuram fazer-se ovelhas por associação. Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento. E quanto se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova geração, uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus ... que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (I Pedro 2:9,10).

Com os versículos citados, não houve desejo de os citar fora do contexto, nem de focalizar a atenção num lado da verdade para desviá-lo de outro. O ensino desta passagem forma completa unidade com toda a verdade do Novo Testamento. É como se tirássemos um copo de água do mar. O que tiraríamos não seria toda a água do oceano, mas seria uma amostra real e em perfeito acordo como o restante.

A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer, "Senhor, Senhor", e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor. Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do órgão e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo e não fizermos os nosso rostos na direção da cidade de Deus na dura realidade prática. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.

O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim enganar muito cristão simples, cujos sentidos não são exercitados para discernir o bem e o mal. Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. Ele pode ter acessos de sensibilidade de consciência , e até pode confessar os seus maus caminhos pela imprensa pública. Ele louvará a religião e bajulará a igreja por seus fins. Ele contribuirá para as causas de caridade e promoverá campanha para distribuir roupas aos pobres. Basta que Cristo guarde distância e que nunca afirme o Seu senhorio sobre ele. Positivamente isso não durará. E para com o verdadeiro Espírito de Cristo, só mostrará antagonismo. A imprensa do mundo (que é seu real porta-voz) raramente dará tratamento justo a um filho de Deus. Se os fatos a compelem a uma reportagem favorável, o tom tende a ser condescendente e irônico. Ressoa nela a nota de desdém.

Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados num espírito, mas o espírito do mundo e o Espírito que habita nos corações dos homens nascidos duas vezes, acham-se tão distanciados um do outro com o céu do inferno. Não somente são o completo oposto um do outro, mas também estão em extremo combate um contra o outro, e em agudo antagonismo um contra o outro. Para um filho da terra as coisas do Espírito são, ou ridículas, caso em que ele se diverte, ou sem sentido, caso em que ele se aborrece. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."

Na Primeira Epístola de João duas palavras são empregadas uma e outra vez, as palavras eles e vós, e elas designam dois mundos totalmente diversos; vós refere-se aos escolhidos, que deixaram tudo para seguir a Cristo. O apóstolo não se põe genuflexo, de joelhos, ante o deusote Tolerância (cujo culto se tornou na América uma espécie de religião de segunda capa); João é grosseiramente intolerante. Ele sabe que a tolerância pode ser simplesmente outro nome para a indiferença. Exige-se vigorosa fé para aceitar o ensino do experimentado João. É muito mais fácil apagar as linhas de separação e, assim, não ofender ninguém. Generalidades piedosas e o emprego de nós para significar tanto cristãos como descrentes, é muito mais seguro. A paternidade de Deus pode ser ampliada para incluir toda gente, desde Jack, o Estripador, até Daniel, o Profeta. Assim, ninguém fica ofendido e todos se sentem banhados e prontos para o céu. Mas o homem que se reclinara sobre o peito de Jesus não foi enganado assim tão facilmente. Ele traçou uma linha para dividir em dois campos a raça humana, para separar dos salvos os perdidos, dos que se afundarão no desespero final os que subirão para a recompensa eterna. De um lado estão eles — aqueles que não conhecem a Deus; de outro, vós (ou, com uma mudança de pessoa, nós), e entre ambos está um abismo moral largo demais para qualquer homem atravessar.

Eis aqui o modo como João o declara: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: Que é que isto ensina?

É moral: Estou disposto a aceitar isto e arcar com as conseqüências? Posso agüentar o olhar frio? Tenho coragem de enfrentar os acerbos ataques movidos pelos modernistas? Ouso provocar o ódio dos homens que se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e de acompanhar um apóstolo? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?

O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo. É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Teatro, cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável. Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria essência do mundo. Os princípios espirituais sobre os quais eles construíram o seu sistema foram retirados, não do alto, mas de baixo. Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender Deus, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativa e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham.

Os mestres atuais que situam o Sermão do Monte nalguma outra dispensação que não esta e, assim, liberam a igreja do seu ensino, mal percebem o mal que fazem. Pois o Sermão do Monte dá em resumo as características do Reino dos homens regenerados. Os bem-aventurados pobres que choram seus pecados e têm sede de justiça são verdadeiros filhos do Reino. Com mansidão mostram misericórdia para com os seus inimigos; com sincera simplicidade contemplam a Deus; rodeados de perseguidores, abençoam, e não amaldiçoam. Com modéstia escondem as suas boas obras e com paciência aguardam a visível recompensa de Deus. Livremente renunciam aos seus bens terrenos, em vez de usar a violência para protegê-los. Eles acumulam os seus tesouros no céu. Evitam os elogios e esperam o dia da prestação final de contas para saber quem é maior no Reino do céu.

Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famintamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos? E das febris mãos estendidas para mais e maiores "oferendas de amor"? Que dizer do desavergonhado egoísmo entre os cristãos? Como explicar o grosseiro culto do homem que habitualmente infla um ou outro líder popular dando-lhe somas endinheiradas, beijo dado por aqueles que se propõe como fiéis pregadores do Evangelho?

Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nenhuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus.

Também é verdade que as mais grosseiras manifestações da natureza humana decaída fazem parte do reino deste mundo. Diversões organizadas com ênfase em prazeres frívolos, os grandes impérios edificados em hábitos viciosos e inaturais, o irrestrito abuso dos apetites normais, o mundo artificial denominado "alta sociedade" - todas estas coisas são do mundo. Todas fazem parte daquilo de que a carne consiste, daquilo que se edifica sobre a carne e que há de perecer com a carne. E dessas coisas o cristão deve fugir. Todas essas coisas ele tem que pôr para trás e nelas não deve tomar parte. Contra elas deve pôr-se serena, mas firmemente, sem transigência e sem temor.

Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente. Precisamos fazer isso, se é que desejamos andar com Deus em nossa geração como Enoque o fez na sua. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16). Estas palavras de Deus não estão diante de nós para nossa consideração; estão aí para nossa obediência, e não temos direito de nos entitular-mos cristãos se não as seguimos.

Quanto a mim, temo qualquer tipo de movimento religioso entre os cristãos que não leve ao arrependimento, resultando numa aguda separação do crente e o mundo. Suspeito de todo e qualquer esforço de avivamento organizado, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino. Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus. Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que honra o Espírito e prospera às expensas do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor". 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

BIG BROTHER BRASIL, O AVESSO DO AVESSO



Por: Jease Costa

Esses dias li uma matéria em que o Pedro Bial, comentando as críticas que o programa Big Brother Brasil tem recebido de algumas fontes, disse aos confinados surpreendentemente que o programa revela muito mais de quem o assiste do que dos participantes que estão lá para serem vistos: “E é verdade” – disse ele – “não é só um programa de televisão. É um espetáculo de natureza humana que, ao contrário do que rumina o senso comum, sem dúvida revela muito mais sobre a natureza de quem espia do que de quem é espiado. Revela muito mais sobre quem vê do que sobre vocês que estão aí para ser vistos.”

Embora eu respeite quem o faça, eu não assisto ao programa Big Brother Brasil. A bem da verdade, só a chamada nos intervalos comerciais já me causa mal estar. Não me causa nenhum sentimento positivo e nem me agrega nenhum valor dispor de tempo para assistir a um programa em que homens e mulheres partem desenfreadamente em busca de sabemos lá o que. E o pior é que não há limites, tudo justificado pelo “jogo”, pela “disputa”. Os participantes injustificadamente expõem os aspectos mais sombrios de suas personalidades. No início do BBB12 uma das participantes disse que se masturba todos os dias, e mais recentemente um outro, após dar um beijo em outra companheira de disputa, disse que ela “terá orgasmos todas as noites”. É exatamente como disse Pedro Bial em uma edição mais antiga: “não existe pecado na casa do Big Brother Brasil”, talvez reeditando o conceito filosófico de Friedrich Nietzsche, que vociferava que a moral é um instrumento dos fortes com o propósito de dominar dos fracos, e também de Sigmund Freud, ao dizer que a verdadeira felicidade só seria alcançada quando nos libertássemos de todos os padrões éticos a que somos culturalmente submetidosos, embora não conste que Nietzsche tenha sido tão feliz assim e que percebamos, no caso de Freud, que os registros históricos dão conta de que ele admitiu que sem um padrão ético ou moral as sociedades estão fadadas à extinção, fazendo coro com um conceito de Jacques-Marie Émile Lacan, ao defender a necessidade da lei como um instrumento limitador do gozo, afirmando que o gozo sem limites leva à auto-destruição.  

Me permita fazer algumas reflexões com base no que disse o apresentador Pedro Bial. O programa revela muito mais do que apenas o caráter de quem o assiste. Primeiro ele revela o caráter de quem o produz, no caso a Rede Globo de Televisão. Os meios de comunicação, por conta do lucro, perderam a grande oportunidade, com base no poder que detêm, de contribuir para a construção do país, auxiliando na formação de uma sociedade mais saudável do ponto de vista moral, uma vez que é inescapável o fato de que o instrumento que informa é também o instrumento que forma, e até mesmo que reforma. O problema é que o conceito do valor da moral está desgastado em nosso mundo pós-moderno, já que uma de suas premissas rege que não há valores absolutos, pois “tudo o que é concreto se desmancha no ar”. O importante é se te faz bem e te dá prazer, e a verdade cada um tem a sua, desde que lhe faça bem. Entretanto, independentemente de uma orientação religiosa, o ser humano foi criado com uma inclinação interna que o submete a uma Lei Moral. Não precisa ser religioso para perceber isso, basta existir. É como se tivéssemos sido criados para Algo maior do que nós mesmos, e essa Lei interna colocada no cerne do nosso ser nos impele para esse Algo maior. E o que os meios de comunicação têm a ver com isso? Muita coisa, uma vez que, abrindo mão da oportunidade de ser útil do ponto de vista moral, cinicamente investem apenas no que pode dar lucro, mesmo que isso contribua para que os abismos moral e social se alastrem. Há quem argumente que a televisão apenas reflete a moral da sociedade, quebrando a hipocrisia de supostos falsos moralistas que insistem em não ver o que está patente aos olhos de todos. Só que essa argumentação deixa de considerar a perversa relação paradoxal que existe entre os meios de comunicação e os valores da sociedade, uma vez que ao mesmo tempo em que a televisão reflete os valores da sociedade, a sociedade tem seus valores influenciados por aquilo a que é induzida pelo que é colocado no ar, e nesse caso há uma verdadeira ditadura moral exercida pelos meios de comunicação, principalmente a televisão. Com base nisso é comum os que fazem parte do meio artístico chamarem de falsos moralistas todos os que repudiam a imoralidade e a alarmante falta de pudor exposta diuturnamente nos programas televisivos. Assim, o lado perverso do programa revela a perversidade de quem o coloca no ar.

Em segundo lugar, o programa reflete, sim, a natureza de quem é espiado. É inacreditável do que algumas pessoas são capazes por alguns momentos de fama ou por alguns milhares de tostões. Diante da exposição pública, ao invés de utilizarem a oportunidade para tornar patente o que têm de melhor, elas tornam público exatamente o que têm de pior. É um verdadeiro tributo ao mau gosto, ao discurso pueril, à degradação moral, ao incentivo ao consumo de álcool e à promiscuidade. E o pior é que são definidos pelo apresentador como “guerreiros”. Mas eles são guerreiros de que causa? Por quê lutam? Os guerreiros antigos via de regra lutavam pela honra, pela liberdade do seu povo, contra a tirania dos malfeitores, contra o ímpeto dos opressores, fossem suas armas bélicas ou dialéticas. E se hoje gozamos de alguma liberdade ou benefício social e humano, devemos isso a esses guerreiros. Mas ao que parece já não se fazem mais guerreiros como antigamente. A luta, hoje, com base no que representa o BBB, é em favor da tirania moral, da quebra de todas as regras expondo uma tremenda confusão conceitual entre liberdade e libertinagem; do levar vantagem sobre o outro, mesmo que para isso seja necessário traí-lo, armar ciladas e promover conluios. O programa BBB revela que os propósitos dos seus “guerreiros” vão além do prêmio final em si, visando também atrair a curiosidade dos telespectadores usando como instrumento o que há de mais perverso entre os seus participantes. Além do mais, é vergonhosa a exposição de cenas de sexo explícito em baixo dos edredons na tela de nossas televisões banalizando um dos elementos mais sublimes da constituição humana, que é sua sexualidade. Se o programa não revela a inadequação moral de boa parte de seus participantes, então ou tudo não passa de uma tremenda farsa (o que seria pior), ou, então, precisamos rever nossos conceitos.

E em último lugar, é verdade, pelo menos em parte, que Pedro Bial tem razão. O programa também revela aqueles que o “espiam”. Infelizmente muitos de nós somos atraídos pelo absurdo. Programas como esse só existem porque há quem os consomem. E isso não é privilégio de nós brasileiros apenas. Isso faz parte da saga comportamental humana em todo lugar onde há ser humano. Muitos são atraídos pelo absurdo que há no outro, mas também devemos admitir que em muitos casos o absurdo do outro é reflexo do absurdo de nós mesmos. Jean-Paul Sartre disse que “o inferno são os outros”. Se isso é verdadeiro, não é menos verdadeiro que o inferno também sou eu, uma vez que eu sou o outro em relação aos outros. E o que faz os outros serem o inferno para mim é exatamente o que me faz ser o inferno para eles. A bem da verdade, todo absurdo que enxergamos no comportamento dos outros existe em nós pelo menos em termos potenciais. Qual o problema, então, quando essa realidade é exposta em um programa como o Big Brother Brasil? O problema é que alguns fazem da lama o seu parque de diversões. Uma coisa é atestar um fato, outra é se divertir com ele, mesmo sendo esse fato moralmente inadequado, vazio de sentido ou que promova desconstrução social. O caso é tão grave que os promotores do programa são irônicos tanto com os que o assistem (como é o caso do Pedro Bial ao dizer que o programa revela muito mais de quem o assiste), quanto com os que participam dele se confinando na casa. Veja o que o Boni perguntou ao Bial após ele dizer no programa Altas Horas que gosta de ver coisa ruim na televisão: “Quer dizer que você assiste ao BBB?” Bem, é evidente que isso não significa que todos os que assistem ao BBB são pessoas vazias e inadequadas moralmente, mas sempre vale uma reflexão a respeito da causa que possa justificar um indivíduo passar algum tempo todos os dias para ver um programa que traz tão pouco benefício em qualquer sentido.

Pedro Bial disse que o programa é o “espetáculo da natureza humana”. De duas uma: ou ele precisa rever seu conceito de “espetáculo” ou seu conceito da natureza humana.

Salve, salve, meus guerreiros!