quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PILATOS – Arruinando a própria vida

Por: Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Mateus 27.1-2


INTRODUÇÃO

Pôncio Pilatos, que figura! “Pôncio” significa “pertencente ao mar”. “Pilatos” é um apelido, derivado de “pilus” (dardo). Presume-se que recebeu dos militares por ter sido exímio lançador de dardos. Mas era uma forma de designar uma pessoa explosiva (“lançar dardos”). A história mostra que era um homem violento. No ano 25 foi designado como o quinto procurador da Judéia. Ficou até o ano 36. Levou a esposa consigo (Mt 27.19). Entrou para a história como um péssimo administrador. Espiritualmente, seu desastre foi pior. Vejamos.


1. UMA SÍNTESE DE UMA VIDA ARRUINADA

Comandava o exército de ocupação: 120 homens de cavalaria e cinco coortes (cerca de 5.000 homens de infantaria). Tinha poderes de vida e morte, podia reverter sentenças decretadas pelo sinédrio (que tinha que submeter suas decisões a ele), nomeava sacerdotes, controlava o templo e suas finanças. Colocou imagens do imperador em Jerusalém, o que provocou uma revolta tão grande dos judeus que teve que tirá-las. Usou o dinheiro do templo para construir um aqueduto que trazia água de uma fonte a 40 km de distância. Os judeus se revoltaram e ele lançou as tropas contra eles. Esta revolta foi comanda pelos galileus, e Pilatos misturou o sangue deles com o sangue dos sacrifícios do templo (Lc 13.1-2). Na construção do aqueduto, caiu a torre do Siloé sobre alguns judeus e os matou (Lc 13.4). Depois do caso Jesus, matou um grande número de samaritanos que seguiam um falso messias e se reuniam no monte Gerizim. O impacto foi enorme e teve que voltar a Roma para responder a julgamento. Suicidou-se no reinado de Gaio, no ano 41.

2. UMA VIDA COM POSSIBILIDADES DIANTE DE CRISTO

Recebeu uma admoestação da esposa sobre Cristo (Mt 27.19). Mas sua abordagem ao problema chamado Jesus é curta e grossa: Jo 18.29. Tenta ignorá-lo: Jo 18.31. O diálogo é impressionante pela falta de interesse de aprender alguma coisa. No v. 38 faz a pergunta mais importante que um homem pode fazer, mas não esperou a resposta. Tentou inocentar a Jesus (Jo 19.1-5). Teve medo (v. 8). A postura de Jesus diante da situação o impressionou (vv. 10 e 12). Parece que tentou remediar a situação: vv. 19-22. O que quis, realmente, dizer?

3. UMA VIDA TENTANDO SE EXIMIR DIANTE DE CRISTO

Lavou suas mãos ao entregar Jesus aos judeus (Mt 27.24). Conhecia o judaísmo e sabia o que isto significava: Deuteronômio 21.6-7. Mas a morte de Jesus teve autores conhecidos, e este ato legal não se aplicava a ele. Uma lição: ninguém pode lavar as mãos diante de Jesus e dizer que não tem nada a ver com isso. Jesus é um desafio que diz respeito a todas as pessoas.

CONCLUSÃO

“Como Pilatos no credo” Usa-se esta expressão para se referir a alguém que recebe culpa sem a ter. Porque o Credo dos apóstolos diz, sobre Jesus: “Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos”. Mas ele não foi inocente. Era o homem que podia inocentar a Jesus. Mas foi covarde. Entrou para a história como um desastrado político. Mas muitos políticos são assim. O pior é que foi um desastre com a sua vida. Que advertência! Usemos bem a nossa, e não nos envergonhemos ou temamos posicionar-nos por Cristo. Ele não aceita que lavemos nossas mãos.

sábado, 25 de dezembro de 2010

UM NATAL DIFERENTE

Por: Tarcísio Farias Guimarães,
(Pastor da Primeira Igreja Batista em Divinópolis/MG)


O Evangelho de Mateus apresenta com vivacidade a disposição de uns magos do Oriente por encontrar o Cristo de Deus entre os judeus, há aproximadamente dois milênios. Eles perguntaram abertamente: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos a adorá-lo” (Mateus 2.2). Todavia, o cruel Herodes, temendo ser o cumprimento da profecia messiânica o encerramento da sua carreira política, planejou matar o menino procurado (Mateus 2.3, 16), tentando conquistar a simpatia dos magos e declarando falsamente que queria conhecer o menino para prestar-lhe adoração (Mateus 2.7, 8).


Em nossos dias, muitos agem à semelhança do rei Herodes. Declaram adoração ao Messias, mas, na verdade, não estão interessados nos planos de Deus ou na satisfação de Jesus Cristo, razão da celebração natalina. Precisam urgentemente pensar numa celebração diferente daquilo que praticam irrefletidamente e, quem sabe de modo inédito, prestar verdadeira adoração a Deus, o amado Pai, que se encarnou na pessoa real e histórica de Jesus, para habitar entre os homens e chamá-los de volta aos planos amorosos desse mesmo Deus.

É preciso celebrarmos um Natal com referenciais bíblicos, cuja apresentação seja a recordação das profecias que anunciam o Salvador e da vida de Jesus, para que muitos compreendam o nascimento do menino judeu como parte da providência de Deus, em favor de pecadores incapazes de resolver sua própria angústia, diferentemente do Natal esvaziado de conteúdo cristão e em nada vinculado às Escrituras na sua celebração hodierna.

É urgente celebrarmos um Natal cheio da presença transformadora de Cristo, que não tolera vícios e demais exageros tão comuns nesta época, afinal, se alguém celebra o surgimento da Luz que dissipa trevas (Isaías 9.2), sua vida precisa suplantar em muito a luminosidade das luzes que vemos nas decorações natalinas.

É indispensável aos cristãos celebrar um Natal sem tons comerciais, que tem sido elaborado e propagado tão somente para dar suporte ao consumismo desenfreado, conseqüentemente levando muitos às dívidas e à troca de satisfação espiritual por aquisição de bens. Neste Natal diferente não será preciso comprar roupa nova, mas vestir-se da novidade de vida que há em Cristo Jesus (Colossenses 3.10).

É necessário em nossos dias celebrarmos um Natal que não seja um evento, um feriado oficial, uma data apenas no mês de dezembro, mas que, ao utilizarmo-nos desta data em que tantos estão abertos à história natalina, convidemos estas pessoas a andarem com Deus dia a dia e com Ele construírem um relacionamento saudável para todos os meses do ano.

É tempo de celebrarmos um Natal comprometido com a proclamação do Evangelho, que não apenas promova beleza musical e entretenimento, mas que confronte os homens com o imperativo do arrependimento e da fé em Cristo. Um Natal que não seja celebrado apenas para confraternização entre os homens, mas principalmente destes com Deus, o mesmo Deus que um dia nos julgará com justiça e lembrará da sua graça manifesta em Jesus, oferta viva para salvar pecadores e fazê-los diferentes do homem egoísta e sem Deus sobejamente celebrado em nossos dias.

Feliz Natal diferente com Cristo!