sábado, 30 de outubro de 2010

QUANDO PENSAR EM MIM É MELHOR DO QUE PENSAR NO OUTRO

Por: Jease Costa

Em face da realidade de um mundo altamente egocentrista, o que tem minado as relações interpessoais e sociais e comprometido o caráter até mesmo de muitos cristãos, geralmente nosso discurso tem caminhado na direção em que se procura levar as pessoas a serem mais solidárias e a procurarem enxergar o mundo além de si mesmas e de suas necessidades pessoais, considerando o outro, suas carências e dores. Realmente o mundo seria melhor se, à semelhança de Cristo, tivéssemos os olhos mais voltados para nossos semelhantes. Entretanto, há momentos em que, para que haja progresso, nossa visão deve volta-se para nós mesmos. Pensando na igreja, por exemplo, e em seu ministério, para que seja bem sucedida é necessário que cada um pense na responsabilidade como sendo pessoal. É comum, ao percebermos que algo não está bem, culparmos os outros. Ora o líder do evangelismo não tem dinamismo, ora o professor da EBD não é bem preparado, ora o diretor do patrimônio não é bom administrador, ora o pastor é fraco e não tem condições de conduzir o rebanho. Parece que são sempre os outros os culpados, como se nós não fizéssemos parte do grupo.

A igreja de Jesus é uma comunidade participativa, onde todos têm sua parcela de responsabilidade para que haja progresso e sucesso no cumprimento da sua missão. Ao invés de procurar culpados pelas as falhas, cada um deveria colocar-se a si mesmo com instrumento de mudança da realidade e apresentar-se como canal de bênçãos para o Reino. Ao invés de dizer o que os outros deveriam estar fazendo, cada um deveria procurar descobrir o que pessoalmente poderia fazer para que a igreja seja melhor, mais forte, mais atraente.

Quando Neemias teve notícias a respeito da situação de Jerusalém não ficou perdendo tempo procurando os culpados pela situação deprimente da Cidade Santa. Mas, ao contrário, apresentou-se diante de Deus e do rei como o meio pelo qual a situação poderia ser mudada. Precisamos de mais Neemias e de menos Sambalates em nosso meio. Sambalate foi aquele que, ao saber que os judeus estavam empenhados na reconstrução dos muros, irou-se e escarneceu deles. Há Sambalates de mais e Neemias de menos. Há muitos irados e escarnecedores em nossas igrejas. Desses não precisamos; o Reino não precisa; a vida não precisa; Deus não precisa.

Outro texto bíblico importante que vale lembrar é o registrado na carta aos Hebreus (Cap. 11 e 12), onde o autor mostra alguns aspectos práticos da fé. Depois de listar uma grande nuvem de testemunhas que atestaram a validade da fé, apresenta como primeiro desses aspectos práticos a necessidade de os cristãos “abandonarem o peso”. É importante anotar que a fé não é algo que apenas se compreende, mas, fundamentalmente, que se pratica. Fé não é uma disposição mental ou intelectual, mas uma disposição de vida. O crente não apenas tem fé, mas “pratica” a fé. E uma forma de praticá-la é abandonando o peso. Naquele caso, o “peso” não é o pecado, pois deste o autor aborda logo em seguida. O peso é tudo o que atrapalha o alcance do alvo da missão da igreja. Nesse sentido, não creio que seja inadequado entender a inclinação excessivamente crítica e a indisposição pessoal para uma contribuição positiva no contexto do Reino como sendo um peso que impede a caminhada de fé da igreja. Ou seja, quando nós apenas apontamos nos outros suas falhas e lhes apresentamos o que deveriam fazer para que o trabalho andasse melhor, sem nos colocarmos como instrumentos para um melhor desenvolvimento da obra, estamos assumindo uma condição de peso que atrapalha o Reino.

De fato, num mundo cada vez mais individualista e egocentrista é adequado e salutar termos olhos que enxerguem o outro, o próximo, suas necessidades. Entretanto, se esse olhar para o outro se traduz numa postura excessivamente crítica e num meio de nos eximirmos de nossas responsabilidades no contexto do cumprimento da missão do Reino, estamos canalizando a visão na direção errada. Nesse caso maior grandeza teríamos se olhássemos para nós mesmos. Há casos em que devemos olhar para o próximo, mas há outros que o melhor é olhar para nós mesmos.

De que forma você se apresenta diante da grande tarefa que nos cabe como membros do corpo de Cristo aqui na terra? Suas mãos estão postas nos remos ou você é apenas um peso a mais que atrapalha o percurso da embarcação?
Pense nisso.

Um comentário:

  1. esta mensagem é de grande edificaçao,muitas vezes construi em mim um 'sambalate',mesmo que intencionalmente procurando acertar.espero que DEUS nos ilumine e nos mostre como agir pois está muito dificil de vivenciarmos JESUS em nossas vidas;com tantos cristos desenhados em nossas mentes(são caricaturas ideologicas de jesus)no entanto eu creio que as ovelhas saberão diferenciar sua voz e de uma forma palpavel por suas mãos nas maos de um cristo que tenha as marcas da cruz ,porem ressureto.golgota combina com amor e ressurreiçao com fé.amor e fé este é o verdadeoro evangelho de CRISTO ou JESUS crucificado,porm que ressucitou

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