sexta-feira, 22 de abril de 2011

Revendo nosso padrão de justiça

Por: Jease Costa


1 Samuel 30.21-25
“E quem vos daria ouvidos nisso? Pois qual é a parte dos que desceram à batalha, tal será também a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais’ (v.24).

Foi esse o conceito de justiça aplicado por Davi ao voltar vitorioso da guerra. Um grupo foi à batalha e outro, cansado, ficou guardando a bagagem. Ao voltar com o despojo, que eram os bens saqueados dos inimigos vencidos, mesmo contrariando alguns, Davi o repartiu em partes iguais com todos.

Parece injusto, não é mesmo? Não seria mais correto dar maior gratificação aos que se esforçaram e lutaram no campo de batalha, em detrimento dos que ficaram descansando?

Isso nos faz rever nosso conceito de justiça. O propósito da justiça não é privilegiar uma elite definida por sua bravura, competência ou destemor, mas garantir o bem comum, considerando que nem todos têm as mesmas qualificações, mas que todos são necessários na abrangência dos seus limites, mesmo que seja apenas para ficar “guardando a bagagem dos que foram lutar”.

A aplicação da justiça também tem a ver com a inclinação moral de quem tem o dever de exercer o juízo. O versículo 22 diz que foram os maus que queriam proibir os que não foram guerrear de receber sua parte do despojo. Isso mostra que nós não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos. Não se pode esperar justiça de quem tem um coração injusto. O coração de Davi era justo, logo suas ações refletiram o mais alto padrão de justiça. Injusto seria alguns poucos saírem com muitas coisas, e outro tanto sem nada. Como alguém já disse, “é melhor muitos comerem pouco do que poucos comerem muito”.

A desigualdade que vemos nas várias camadas sociais é resultado de um conceito deturpado de justiça. Um coração justo não pensa apenas em seu próprio benefício, mas no bem comum.

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