Por: Israel Belo de Azevedo
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Meus amigos estão ficando velhos, o que quer dizer que eu também estou. (Se já não fiquei.)
Em 1977, fui ao primeiro aniversário do filho de um amigo. Dois meses depois, tive que comparecer ao funeral desse menininho. Meu amigo, pastor, tirando forças que só um crente sabe da onde, pregou que Deus lhe dera um filho, Deus lho tirara e bendizeu o nome de Deus, como Jó.
Muitas vezes conversamos, mas ele nunca falou do filho que lhe fora inexplicavelmente retirado.
Muitas vezes caminhamos juntos, mas eu nunca lhe perguntei sobre o bebê definitivamente levado.
Eis que 34 anos depois, meu amigo fala publicamente de sua dor. E se tranca no seu merecido silêncio.
Onde estive que ele não pôde chorar comigo?
Que vida vivi que não lhe percebi o vazio?
Que escolhas me levaram para longe do coração do meu querido.
Meu irmão, eu lhe devo um abraço.
Você ainda o aceita?
E tudo isto demanda coragem!
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