Por Jease Costa (Usado do meu livro "Sua Igreja Está No Caminho Certo?", publicado pela Abba Press. Usado com permissão)
A ressurreição de Jesus tornou possível um grande projeto de Deus. Ao lermos a Bíblia, vemos o trabalho de Deus para aproximar-se do seu povo. No Antigo Testamento temos um Deus relativamente distante. Não eram todos que recebiam o Seu Espírito; não eram todos que O ouviam falar diretamente, e não eram todos que podiam entrar em Sua presença. Presença essa que, em alguns casos, causava verdadeiro temor e tremor. Lembra-se de quando Moisés subiu ao Sinai para receber a Lei? Veja bem o que o texto diz:
“E o Senhor disse a Moisés: vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo. Estabeleça limites em torno do monte e diga ao povo: tenham o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na sua base. Quem tocar no monte certamente morrerá; será apedrejado ou morto a flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao monte... Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta soou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo” (Ex 19:10-16).
Percebemos, também, a distância de Deus em relação aos seu povo nas funções dos sacerdotes e dos sumo-sacerdotes. Eles eram intermediários entre o povo e Deus. Os sacerdotes recebiam as ofertas do povo para o sacrifício, e mais específicas ainda eram as funções do sumo-sacerdote. Só ele podia entrar no lugar santíssimo, que era o símbolo do lugar mais próximo de Deus no tabernáculo, e mais tarde no templo. Ele entrava lá apenas uma vez por ano, e também entrava com medo de morrer. Era assim. O povo não podia entrar e quem podia entrava com medo. Mas Deus não queria isso. Seu grande projeto era habitar no coração de Seus filhos, e esse projeto só poderia ser concretizado na pessoa do Cristo ressurreto. O apóstolo João diz em seu prólogo: “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14).
A encarnação de Cristo foi o primeiro passo para a aproximação. Primeiro Deus está lá no monte, o monte fumega, tem raios e trovões, e ainda quem se aproxima morre. Com a encarnação de Jesus o quadro já muda. Ele não está mais no monte. Ele desce do monte e constrói seu tabernáculo, ou sua casa, ao lado da nossa e vive entre nós. Agora Ele já caminha conosco, podemos vê-Lo, ouvi-Lo e até mesmo tocá-Lo.
Isso foi realmente um grande acontecimento, mas ainda não bastava, até porque essa presença não poderia ser para sempre. Um dia não O teríamos mais presente fisicamente conosco. Ele teria que morrer. Porém Ele queria aproximar-Se ainda mais. Ele não queria apenas viver entre nós, Ele queria viver em nós e para isso teria que cumprir mais uma etapa nesse processo do grande projeto do Pai. A última etapa era a ressurreição.
“Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que sobreveio um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada e sentou-se sobre ela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos. O anjo disse às mulheres: Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele jazia” (Mt 28:1-6).
Agora, o grande projeto de Deus estava consumado. Jesus estava vivo e a partir de agora, por meio do Espírito Santo, faria do coração dos seus discípulos o lugar da Sua morada. A perda da visão da ressurreição de Cristo significa a perda da visão de Sua presença real em nossos próprios corações! Parece-me que entramos em um novo século, esquecidos de que o lugar que Ele quer habitar é o nosso coração. Acho que estamos vivendo os tempos de Laodicéia. Muitos recursos, poder e possibilidades, mas Jesus está do lado de fora. Vejam o que Ele diz àquela igreja: “Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu... Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3:17-20). Está na hora da igreja atender àquEle que bate à porta. Não é bom deixá-Lo do lado de fora. Ele é o Messias que liberta o nosso coração das cadeias do pecado e Suas palavras, que são verdadeiras, nos inserem em um novo padrão de vida. Seu poder continuará operando em nossos corações e em nossas vidas. Nossa missão agora tem novo significado e, dessa forma, Ele vivo e ressurreto, torna-se acima de todo homem, poder ou potestade, fazendo-Se digno de toda honra, glória, adoração e louvor.
Eia, levantemo-nos e andemos! O nosso Senhor está vivo! Temos um trabalho a fazer e Ele está ao nosso lado e, por certo, segurará as nossas mãos e nos dará poder para vencer. Ainda temos um Messias; Ele é, de fato, o Cristo de Deus. Portanto, podemos manter firme a nossa fé nEle que nos dará a vitória e seremos bem sucedidos. A partir de agora podemos andar com Ele em uma comunhão profunda de amor e, por causa disso, como igreja, somos o verdadeiro templo do Senhor.
Amém irmão.
ResponderExcluirBela eflexão.
Deus abençoe.